RENT 

Há muito mais de 20 anos, Jonathan Larson escrevia RENT enquanto trabalhava como garçom em NYC para pagar suas contas. Não sei se ele tinha idéia do sucesso que o musical teria, mas espero que ele tenha visto, do céu, quando foi premiado com o Tony Awards, o Oscar do teatro: ele faleceu um dia antes que o musical estreasse na Broadway.

Em 1999 (obrigada por me lembrarem de quanto tempo passou e de quão velha estou, Giu e Dê! 😂), RENT estreou no Teatro Ópera, em São Paulo. Acho que foi o primeiro musical da Broadway que estreou no Brasil, com elenco brasileiro e canções em português.

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21 de dezembro de 2016

Sempre ouço/leio as pessoas dizerem que certo ano foi o mais duro, o mais difícil, o mais cheio de surpresas e que ele tem que acabar. Acho que a memória prega peças e limpa o passado porque, olhando em retrospectiva, todos os anos me parecem montanhas-russas, com altos e baixos, emoções e alguns momentos em que fechamos os olhos só para curtir o vento batendo na nossa cara. Em todos os anos, famosos se casam, têm filhos, se separam (Fátima Bernardes/William Bonner e Brangelina não foram os primeiros casais que se separam na história da humanidade) ou morrem. Há escândalos políticos e algum acidente, maior ou menor, acontece. Mas também há nascimentos, reencontros acontecem e há momentos em que suspiramos pela lua linda do céu. Porque os anos compõe a vida e essa é feita de momentos bons e outros não tão bons assim.

Aproveitando o gancho, faço minha retrospectiva pessoal, hoje, no solstício de inverno. Exceto por 2010, o ano que guardarei na memória como aquele no que tudo deu certo, e 2013, que recordarei como o ano que me tornei uma mulher-Almodovar – à beira de um ataque de nervos – e quase me perdi no buraco do coelho da Alice para todo sempre, todos os anos têm seus altos e baixos, com alguns tropeços, eventuais (e rápidas) visitas ao buraco do coelho e vários pontos altos nos que acho que a vida não poderia ser melhor. E 2016 não foi muito diferente.

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Minha vida em Madrid: de volta aos estudos!

Há tanto que não escrevo para o Trotamundos que acabei por acumular muitas histórias, algumas viagens e situações de vida. Quem acompanha esse meu diário de bordo sabe que diversas vezes um forte desespero me abate e eu caio no buraco do coelho de Alice, perseguindo um peludo branco que carrega um relógio e está sempre atrasado. Esses momentos não são legais no sentido de “divertidos”, mas são ocasionais e têm duração determinada. Muitas vezes são, inclusive, necessários – só não posso me permitir ficar lá para sempre; levantar-se é preciso. Sacudir a poeira e seguir em frente também, afinal, a vida segue e não há retornos nesse caminho.

Mais de um ano se passou desde que eu cheguei a Madrid. No último outubro, comecei um mestrado em Finanças e Contabilidade, algo que ocupou minhas tardes de sexta e manhãs de sábado. Outubro, por sinal, foi um bom mês: havia recém saído de uma das minhas crises de buraco do coelho e havia recém mudado para um apartamento que chamaria de meu. Amo minha sogra, mas morar com ela não dá simplesmente porque conviver é duro. O problema de se começar um mestrado era que, obviamente, meu fim de semana ficaria reduzido a um dia. Só um dia para acordar sem despertador. Parecia desalentador, mas meus colegas de classe são ótimos e as aulas, dinâmicas, fatores que ajudaram a minha adaptação em acordar cedo nos sábados: ainda não gosto de acordar com despertador 6/7 dias da semana – acho que nunca vou, de fato, “gostar” -, mas não é tão ruim.

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Loucuras de um Mês de Junho…

Eu sei que ando em falta com o Trotamundos… Há tantos pensamentos na minha cabeça e tanta coisa acontecendo que, no fim do dia, fico bastante perdida. E, com esse horário maluco que eu trabalho e ainda não me ajustei (JU-RO: não é fácil trabalhar enquanto todo mundo – normal – dorme), tudo fica mais difícil: há dias que durmo 12 horas e outros que durmo 4.

Junho foi um mês bastante atribulado. Quando maio acabou e ele começou, pensei: sinto que esse mês vai ser complicado. Como atraímos tudo que pensamos, ele, de fato, foi.

Tudo começou com uma crise hormonal terrível. Aliás, isso é uma das coisas que mais me irritam: eu já não sou uma pessoa fácil de lidar (confesso e assumo), mas raramente tenho crises hormonais bravas, daquelas que me transformam de Dr. Jeckell a Mr. Hyde. Então, quando eles atacam, deveria haver uma restrição judicial na qual eu devesse ser trancada no quarto e ter bombons atirados em mim até que meu cérebro produzisse endorfina suficiente para que um sorriso (genuíno ou não) surgisse no meu rosto.

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Minha Vida em Março (o meu mês das bruxas! Ha!)!

Sei que estou desaparecida do Trotamundos e adoraria dizer que é porque estou “trotando pelo mundo”. A verdade é que estou enlouquecida e o minha vida, ultimamente, tem sido constantemente instável (ou seja, a única constante da minha vida nesse momento é a sua inconstância). Quero dizer, meu padrão de sono continua inconstante (às 9h da manhã, o sol se transforma no holofote do meu quarto, mesmo que eu tenha cortinas black-out – que funcionam… Só que não completamente – e eu me desperto), então passo muito tempo na cama para tentar dormir, quando posso vou à academia e o trabalho que paga as minhas contas está, nesse momento, uma loucura.

Tive uma pequena crise (se repetiu, nesse ano, os desejos, embora mais controlados, de pegar o primeiro ônibus espacial e desaparecer pelo Stargate; o que deve ter acontecido, em minha opinião, com o voo desaparecido da Malaysia Air MH370), mas passou. A verdade é que algumas coisas que não gostei muito aconteceram e me senti bem decepcionada e frustrada. O que, de fato, aconteceu não vem ao caso. Mas o interessante foi ver como lidei com a situação.

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Frio nas Filipinas… Sim, é possível!

Nesse exato momento, a temperatura no meu celular marca 20º. Sei que isso não parece pouco, mas acho que é uma das temperaturas mais baixas que peguei em Manila. E, como minha amiga Cristiane Leme diz que não há tempo ruim, mas roupa inadequada, acredito que todas as minhas roupas adequadas estejam em algum lugar do globo que não aqui, nas Filipinas… Porque, nesse exato momento, a brisa fria faz meus pés ficarem bem frios…

Pode ser que eu tenha me acostumado com o inferno que Manila geralmente é, da mesma forma como me acostumei com o frio na Irlanda. O fato é que, ultimamente, tenho dormido com o ar-condicionado E o ventilador desligados, embaixo de uma manta para não passar frio. Não que esteja frio (este, o conheci na Polônia, quando vivi os -20º) e nem faça muito vento (já vivi em Dublin, duas quadras de onde todos os ventos do mundo se encontravam em frente ao Starbucks, em Harcourt), mas, lembrando que a sensação térmica em março passado, alto verão, ultrapassou os 40º em muitos dias de várias semanas consecutivas, 20º pode ser considerado uma temperatura bastante fresca.

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Então é Natal… 2013 em Retrospectiva

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Então é Natal. E em um piscar de olhos, mais um ano se termina. Um ano carregado de emoções, aventuras e aprendizados… Porque, a cada loucura, a cada momento que tive vontade de desaparecer, cresci um pouco.

E assim, mais um ano se acaba… Dia 21 foi o solstício (de verão para o hemisfério sul e de inverno para o hemisfério norte) e, para mim, esse dia é bastante especial porque sempre faço um balanço do semestre que passou.

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O Inverno de São Paulo e eu…

Eu tinha me esquecido… Enquanto caminho pela Avenida Paulista no começo de um dia útil qualquer, a garoa fria de inverno bate na minha cara e me faz lembrar que São Paulo é uma dessas cidades, na qual faz um calor de rachar um dia e um frio de congelar os ossos no próximo. São Paulo é uma cidade cujas mudanças de clima deixam qualquer um maluco – ou simplesmente com um resfriando constante.

O frio da chuva passa quando entro no edifício do curso que faria naquele dia. Ao olhar pela janela, percebo que nem mesmo um pequeno raio de sol consegue ultrapassar as grossas nuvens que cobrem a minha cidade. Naquele dia, o sol não brilharia e o frio continuaria. Ainda assim, no fim daquela semana, o sol voltaria a brilhar com uma forte intensidade de cozinhar o corpo e deixar a sensação de se querer deitar à beira da piscina com nada mais que um cocktail nas mãos… De 13º a 33º na mesma semana… Isso é São Paulo.

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Saudades de uma Dublin que Não Volta Mais…

Nunca pensei que fosse sentir as saudades que sinto de Dublin, mas hoje, quando via a nova série da NBC, Crossing Lines, meu coração quase se partiu quando ouvi um Irish falando de um corpo encontrado no Phoenix Park (basicamente minha mente entendeu Phoenix Park em um sotaque irlandês… Não sou louca e não sou necrófila, FYI). Acho que se ele tivesse falado St. Stephen’s Green ou Liffey River, eu teria caído em prantos, no meu quarto, naquele exato momento.

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Os 20 Segundos…

As coisas na minha vida estão acontecendo a uma velocidade impressionante. Tudo está acontecendo com tanta rapidez que não tenho capacidade de absorver tudo e entender, racionalmente, tudo que acontece ao meu redor. Acho que isso é bom porque minha cabeça e eu estamos tão ocupados que os monstros não têm tempo de brincar com o que está acontecendo: quando chego em casa, deito e desmaio.

Agora, só consigo sentir. Não consigo nem enxergar porque a minha vida, nesse momento, parece o meu quarto quando volto de um shopping spree, daquelas promoções de final de temporada cujas roupas, sapatos e acessórios chegam a 70% de desconto: tudo está jogado em cima de todos os lugares, as sacolas estão espalhadas e eu não faço idéia do que comprei. Simplesmente sei que comprei e que estou muito feliz por ter tudo aqui.

Talvez seja melhor assim. Racionalizar as coisas, racionalizar sentimentos só fazem com que criemos monstros nas nossas cabeças que nos fazem hesitar. Ficamos com medo. Bem, eu fico com medo.

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