A Ásia Exótica vs. Ásia da Revolta: a diferença entre visitar e morar!

Uma vez, uma amiga disse: “quando se visita a Ásia, tudo é exótico e lindo… Mas tenta morar por aqui…”. Algumas vezes tenho essa sensação exata.

Morar na Ásia é uma experiência que me desafia constantemente. Seja em algum episódio com taxista, seja por alguma coisa que me falaram ou pela forma como se comportaram, há quatro anos vivo momentos no meu dia-a-dia que me deixam em choque surpreendem, pelo menos uma vez por semana.

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O Halloween no Mundo Colorido de Bobby… Oops, nas Filipinas

Quando penso em Halloween, imediatamente penso em um bando de criancinhas disfarçadas e um balde de doces. Sei que é uma festa bastante celebrada nos Estados Unidos e, quando era pequena e assistia aos filmes hollywoodianos, tinha vontade enorme de sair batendo nas portas dos meus vizinhos dizendo “trick or treat“.

A palavra deriva do termo escocês “All Hallows’ Eve“, que, literalmente, significa Véspera do Dia dos Reverenciados, ou seja, o Dia de Todos os Santos e marca o primeiro dia de uma época em que a Igreja Católica celebra os santos e os mortos. Como muitas festas e feriados católicos, acredito que sua origem seja pagã; neste caso, sua origem vem da festa celta de Samhain na qual se celebra o fim da temporada de colheitas e o início do inverno, uma época sombria.

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Manila e o Tufão: Vivendo no Limite!

O clima nas Filipinas é dividido entre úmido e seco, mas é sempre quente. Em dezembro, quando se inicia a época seca, as temperaturas caem um pouco e se pode sentir uma brisa fresca. Inclusive, algumas horas da noite, um casaquinho é necessário.

Março e abril são os meses considerados de alto-verão, quando faz muito calor e a possibilidade de chuva é mínima (mínima não quer dizer que nunca chova!). Nesses meses, faz tanto calor que sinto que moro nas portas do inferno e acho que todo cachorro que late é Cérbero. Esses meses são considerados férias escolares e é considerada altíssima-estação (peak season): os preços dos bilhetes de avião e hotéis atingem o seu topo.

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O Sono dos Justos nos Lugares Injustos

Todas as vezes que descrevo experiências em táxis em Manila, eu acredito que será a última. Afinal, sou positivista e acredito todas as vezes que nada mais pode acontecer comigo… Já entrei em táxis com baratas (um era tão velho que, enquanto eu chutava a porta para afastar a barata, me questionava quantos chutes faltavam para que meu pé saísse pelo outro lado), já tive discussões com taxistas sobre os caminhos, já os ameacei de morte… Enfim, quando achei que TUDO já tivesse acontecido comigo e o assunto estive esgotado, passo por uma nova experiência.

Ontem, pegamos o táxi no ponto em frente ao meu prédio. O táxi era bem velho, com o trinco de uma das portas quebrado e algo que caía de uma das janelas. Aliás, quando digo “táxi velho”, acho que poucas pessoas entendem o que realmente quero dizer. Táxi velho quer dizer, literalmente, caindo aos pedaços, como se ele rogasse por ser jogado em um ferro velho e ter uma aposentadoria/morte descente. Embora o exagero faça parte da minha personalidade, juro que, desta vez, não é.

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O Fatídico Graveyard Shift: como trabalhar pelas noites está me afetando!

Eu sempre trabalhei em escritório. E, quando pensamos em trabalho em escritório, pensamos logo em trabalho das 9:00 às 18:00h, com uma hora de almoço certo? Bem, pelo menos era assim que pensava até vir para as Filipinas.

Aqui, os turnos em escritórios são divididos em três: o day-shift (tradicional), o mid-shift (que começa após o meio-dia) e o fatídico night-shift, também conhecido por graveyard shift (turno do cemitério, em uma tradução bem literal) simplesmente porque, passados alguns meses, a maioria das pessoas que trabalham nesse turno se tornam zumbis ambulantes, com olheiras negras que descem até o chão. Algumas companhias oferecerem uma coisa que chamo de swift-shifts, ou seja, parte do mês se trabalha em um turno e parte em outro (uma semana por mês se trabalha no graveyard shift, por exemplo, e o resto no mid-shift).

Isso acontece porque, como comentei em meu texto Emprego e Oportunidades para o Brasileiras pelo Mundo, além da presença de calls centers, muitas companhias estão trazendo seus departamentos de finanças (ou os terceirizando) para a Ilha de Lost por economia e para padronizar processos. E, na maioria das vezes, isso quer dizer que temos que trabalhar no mesmo horário que o território ou, pelo menos, coincidir com o departamento de finanças dos locais que atendemos em algumas horas.

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Manila Nights Out

A vida em Manila pode ser uma festa open bar para um estrangeiro em uma micro Torre de Babel. Sério mesmo. Quando saio para a balada nas Filipinas, sempre acabo nos mesmos lugares. O que acontece é que, embora Manila seja uma cidade com imensas proporções, a comunidade de estrangeiros é muito pequena e sempre frequenta os mesmos lugares. Se falamos de comunidade de estrangeiros e filipinos que vão para a balada, o número é ainda menor.

Entre os meus conhecidos, encontram-se europeus (principalmente espanhóis), latino-americanos, estados-unidenses*, poloneses, russos e outras nacionalidades do leste europeu, brasileiros, filipinos, iranianos, entre outros (porque, seguramente, esqueci de alguém). Uma confusão não só de idiomas, mas também de culturas que podem ser completamente diferentes.

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Taxistas, uma Raça Paralela

taxi_manila_trotamundos_by_tatisato

Depois de deixar o Trotamundos de molho por mais de um mês (vergonhoso, eu sei), vou recomeçar a escrever sobre um tema repetido que são os taxistas. Mas, nesse momento, preciso expressar minha revolta desilusão com essas pessoas que considero serem de uma raça paralela a dos seres humanos.

Talvez, antes de nascermos, sejamos classificados segundo nossas habilidades, ou seja: se é bom com números, será analista de mercado financeiro, contador ou matemático, por exemplo; se um é bom com palavras, será escritor, advogado ou professor; se alguém é um filho-da-puta e sabe dirigir, é bem provável que se torne taxista.

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Tagalog: Falar ou Não Falar?

A Denise Assis escreveu no Brasileiras pelo Mundo (www.brasileiraspelomundo.com/), outro blog para o qual contribuo, sobre a importância de aprender o norueguês já que ela mora na Noruega. Imediatamente pensei na importância de se aprender o tagalog quando eu vivo nas Filipinas, uma das eternas discussões que tenho com um amigo que insiste que o deveríamos aprender enquanto eu digo que não.

Segundo a Constituição de 1987, dois são os idiomas oficiais das Filipinas: o inglês e o tagalog. Durante o período que o país ficou sob o domínio dos Estados Unidos (de 1898 a 1946), o inglês passou a ser um dos idiomas oficiais e ainda é assim considerado. O tagalog, no entanto, é o idioma nacional filipino e é amplamente falado e entendido pela população, inclusive pela enorme camada da população mais pobre. É o tagalog o idioma que os filipinos falam com seus amigos e sua família; o inglês é utilizado quando falam com estrangeiros.

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