21 de dezembro de 2016

Sempre ouço/leio as pessoas dizerem que certo ano foi o mais duro, o mais difícil, o mais cheio de surpresas e que ele tem que acabar. Acho que a memória prega peças e limpa o passado porque, olhando em retrospectiva, todos os anos me parecem montanhas-russas, com altos e baixos, emoções e alguns momentos em que fechamos os olhos só para curtir o vento batendo na nossa cara. Em todos os anos, famosos se casam, têm filhos, se separam (Fátima Bernardes/William Bonner e Brangelina não foram os primeiros casais que se separam na história da humanidade) ou morrem. Há escândalos políticos e algum acidente, maior ou menor, acontece. Mas também há nascimentos, reencontros acontecem e há momentos em que suspiramos pela lua linda do céu. Porque os anos compõe a vida e essa é feita de momentos bons e outros não tão bons assim.

Aproveitando o gancho, faço minha retrospectiva pessoal, hoje, no solstício de inverno. Exceto por 2010, o ano que guardarei na memória como aquele no que tudo deu certo, e 2013, que recordarei como o ano que me tornei uma mulher-Almodovar – à beira de um ataque de nervos – e quase me perdi no buraco do coelho da Alice para todo sempre, todos os anos têm seus altos e baixos, com alguns tropeços, eventuais (e rápidas) visitas ao buraco do coelho e vários pontos altos nos que acho que a vida não poderia ser melhor. E 2016 não foi muito diferente.

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Minha vida em Madrid: de volta aos estudos!

Há tanto que não escrevo para o Trotamundos que acabei por acumular muitas histórias, algumas viagens e situações de vida. Quem acompanha esse meu diário de bordo sabe que diversas vezes um forte desespero me abate e eu caio no buraco do coelho de Alice, perseguindo um peludo branco que carrega um relógio e está sempre atrasado. Esses momentos não são legais no sentido de “divertidos”, mas são ocasionais e têm duração determinada. Muitas vezes são, inclusive, necessários – só não posso me permitir ficar lá para sempre; levantar-se é preciso. Sacudir a poeira e seguir em frente também, afinal, a vida segue e não há retornos nesse caminho.

Mais de um ano se passou desde que eu cheguei a Madrid. No último outubro, comecei um mestrado em Finanças e Contabilidade, algo que ocupou minhas tardes de sexta e manhãs de sábado. Outubro, por sinal, foi um bom mês: havia recém saído de uma das minhas crises de buraco do coelho e havia recém mudado para um apartamento que chamaria de meu. Amo minha sogra, mas morar com ela não dá simplesmente porque conviver é duro. O problema de se começar um mestrado era que, obviamente, meu fim de semana ficaria reduzido a um dia. Só um dia para acordar sem despertador. Parecia desalentador, mas meus colegas de classe são ótimos e as aulas, dinâmicas, fatores que ajudaram a minha adaptação em acordar cedo nos sábados: ainda não gosto de acordar com despertador 6/7 dias da semana – acho que nunca vou, de fato, “gostar” -, mas não é tão ruim.

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