20 de junho de 2016 é, segundo a Wikipedia, o solstício de verão no hemisfério norte. E, durante os solsticios, tanto de verão como de inverno, gosto de fazer uma retrospectiva do seis meses que passaram, embora não publique uma desde o começo de 2015. Então, vamos por partes, shall we?

2015… O que aconteceu?

Foi o ano que surtei na Ásia e decidi voltar para a Europa. Bom, a volta estava planejada desde o final de 2014, mas foi o ano que finalmente empacotei minhas coisas, entreguei minha carta de demissão e vim tentar a vida na minha Espanha querida ❤: meus cinco anos de reclusão asiática se acabavam.

Eu brinco com isso, mas viver nas Filipinas não foi de todo ruim; simplesmente não era o destino final que escolhi para mim. Sim, tive conflitos pessoais com o local e houve conflitos culturais, mas aprendi muita coisa e muita coisa aconteceu. Minha vida mudou e eu tive experiências maravilhosas: me casei, nadei com uma tartaruga marinha, vi golfinhos em seu habitat natural, deitei na barriga de um tigre e conheci lugares que antes pareciam longínquos e exóticos, como a Tailândia, as próprias Filipinas e o – über incrível – Japão.

Lindo Nihon ❤

Aliás, o Japão foi outro ponto alto de 2015: foi uma das melhores viagens que fiz na minha vida. Ficou muito por escrever e por contar dessa viagem por causa da minha falta de inspiração/tempo/vontade para escrever e manter o Trotamundos atualizado com minhas peripécias. Para mim, o Japão é um país que parece não estar no presente, mas sim no passado e no futuro, é um país que tem os shinkansen, trem balas que chegam a 300 km/h, mas onde também se pode ver mulheres caminhando com kimono pela rua. É um país com mangas de US$ 180, gatos com colares de pérolas e produtos da Shisheido disponível em hotéis, com arranha-céus moderníssimos e templos milenares. É o país dos meus antepassados, um lugar para onde se tem que ir ao menos uma vez na vida.

Em Ginza, Tóquio!

O Japão foi minha última viagem internacional na Ásia, e foi como terminar a refeição com o melhor que tem no prato, a bola extra daquele sorvete incrível. Depois, fomos a Bohol e nadei com tubarões-baleia, minha última grande aventura nas Filipinas. Nos despedimos a lo grande!

Outros acontecimentos de 2015 pelos quais sou grata:

– Saber que tenho grandes amigos do Brasil em território espanhol: fiz bons amigos desde que cheguei a Madrid, a maioria deles por causa do Jorge. E, mesmo que seja super grata a essas novas amizades, existe algo confortante em ter pessoas ao meu redor que compartilham de um mesmo passado. Sim, esse agradecimento é direcionado a Juliana Balieiro, a Mônica Nunes e ao Luizinho Sampaio!

– Ir a San Sebastián na época do festival: sempre foi um sonho meu e pude ir assim no ano que cheguei!

– Tirar dois meses de férias: gente, depois que a companhia que eu trabalhava na Filipinas sofreu o ataque cibernético, eu merecia esse tempo de recuperação.

– Encontrar um emprego.

– Conhecer Granada, a linda cidade andaluza com tanta herança moura e cuja conquista representou o fim da Reconquista Espanhola.

Sim… Com seus altos e baixos, 2015 foi outro grande ano.

E o que aconteceu em 2016?

Em janeiro, completou seis meses desde que cheguei a Madrid. Parece uma mãe contando os meses de idade do seu recém-nascido, eu sei, mas essa mudança foi algo pela qual esperei e muito. Tanto eu como o Jorge já tínhamos emprego, mas meu espanhol não tinha melhorado tanto quando esperava, não tinha começado o master que eu planejava e ainda morava com a minha sogra. Entre outros, esses serão planos para o segundo semestre.

Mas essa primeira parte de 2016 foi marcada por visitas e viagens. Poucas pessoas foram me visitar no meu asilo asiático, mas, desde dezembro de 2015 até hoje, recebi inúmeras visitas nessa cidade que se tornou meu lar. Vieram amigos, minha prima e minha irmã querida. É… A vida em Madrid tem sido boa!

Também viajei muito. Fora da Espanha, fui para a Alemanha, ver meus tios e para Londres, para o encontro do Brasileiras pelo Mundo, onde revi a Christine Marote de China Na Minha Vida e conheci pessoalmente a Dani, a Erika e a Ju, de Arrumei As Malas e Parti, que se tornaram parte do meu dia-a-dia ainda que não estejam tão perto. Também fui para Hindaye, no sul da França, para pré-comemorar meu aniversário! ❤ Na Espanha, vi as fallas de Valência, voltei para o Guipúzcoa, no País Basco, fiz pose de Bella, em Serranillos, aproveitei a praia em Jávea, fizemos enoturismo pela região de Ribera del Duero, em Castilla y León, fomos a Segóvia e comi cochinillo (duas vezes!) e vi a cor especial de Sevilla onde uma joaninha pousou no meu braço.

Minhas amigas virtuais-reais! ❤

Comi uma paella maravilhosa no Restaurante Picanterra, em Cullera, provei – e amei – o gazpacho de beterraba, experimentei o ponche segoviano, comi ovo mexido com bacalhau, o revuelto, comi costela de cordeiro, visitei o diner do Jamie Oliver em Londres e até comi caracol de jardim! Sim, comer é parte essencial da minha vida!

E, também, por conta desse amor meu por comida, também ganhei uma coluna mensal na revista Bossa! Gente, virei colunista!

Há ainda coisas pendentes por realizar, mas acho que sempre haverá. O segundo semestre de 2016 me reserva uma vida social bem menos intensa porque vou voltar a estudar. Com 38 anos e vou voltar para as salas de aula! Acho que nunca é tarde. E vai ser bom. Vou melhorar meu espanhol e, possivelmente, vou melhorar o sotaque também! Bom, a ver como minha vida se desenvolverá! 😊