Hong Kong, a Cidade das Luzes do Oriente

City of Blinding Lights é uma canção do U2. Alguns dizem que ela representa New York ou, talvez, o skyline de New York visto do Brooklin. Acho que esse é exatamente o caso de Hong Kong, visto da baía de Kowloon, da Avenue of Stars.

O skyline da cidade, da Avenue of Stars, em Kowloon

O skyline da cidade, da Avenue of Stars, em Kowloon

Hong Kong foi o primeiro país que visitei quando cheguei à Ásia. Em agosto de 2011, pegamos o avião e passamos um fim de semana por lá.

Eu me apaixonei por aquela cidade vibrante, lotada de pessoas, com os metrôs cheios e, ainda assim, de certa forma, organizado. Amei o corre-corre das suas ruas, fiquei apaixonada pelo skyline da cidade e pelo burburinho do bairro de MongKok, onde se encontram os eletrônicos. Amei seus bairros, seus restaurantes, sua comida. Em suma, Hong Kong era tudo que esperava que Manila fosse ser: moderna, organizada e com um sistema de transporte público descente.

Mas, com o tempo, achei que fosse a minha primeira impressão, meu primeiro amor na Ásia, porque foi a primeira cidade grande que estive desde que cheguei aqui. E tive a oportunidade de confrontar esse “achismo” essa última vez que estive lá.

Fui para HK encontrar uma queridíssima amiga que veio da Irlanda. Fiquei lá três dias e passamos um dia em Macau. Para muitos filipinos, Hong Kong é considerado um paraíso de consumo e quando digo que vou para lá, sempre me perguntam o que vou comprar. Queria investigar o preço de uma câmera DLSR (profissional) porque há alguns meses queria investir em uma, mas o meu maior objetivo era ver a minha amiga e fazer o que ela quisesse. Afinal, eu aproveitaria nosso tempo juntas, o melhor que pudesse.

No primeiro dia, acabada porque tinha dormido três horas (eu preciso do meu sono de recomposição! Honestamente… A única coisa que me faz não dormir são viagens! Hehe). Ainda assim, fomos ao Ngong Ping 360, próximo ao aeroporto. Lá estão o Tian Tan Buddha (ou Buda Gigante) e o Monastério Po Lin (que estava reformando). É um dos lugares turísticos de Hong Kong e para se chegar lá, se tem que pegar um metrô até a estação Tung Chung. De lá, se tem que pegar um bondinho (cujo bilhete de ida e volta custa HKD 130,00) para se chegar ao topo, de onde se tem uma vista incrível.

Buda Gigante (ou Tian Tan Buddha)

Buda Gigante (ou Tian Tan Buddha)

Incensário entre o Buda e o Monastério

Incensário entre o Buda e o Monastério

Ngong Ping 360 é uma vila artificialmente construída (como muitas coisas em muitos países asiáticos), mas ainda assim vale à pena. Visitamos o Buda Gigante durante a lua cheia de Wesak, celebrada com o Festival de Wesak. Ainda que não soubéssemos, a visita foi ótima. Lá, almoçamos em um restaurante de comida chinesa e vegetariana cuja sopa era estranha, mas o estranho tofu com pimentão era bastante saboroso. Se tivéssemos mais tempo, visitaríamos a vila dos pescadores (que dizem que é linda), de onde poderíamos ver os golfinhos chineses (pink Chinese dolphins). Paciência, fica para outra visita.

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De lá, voltamos para o centro. Descemos na estação Tsim Sha Tsui e caminhamos até a Avenue of Stars, uma calçada na baía de Kowloon de onde podíamos ver o show de luzes que acontece em Hong Kong todas as noites, das 20h às 20:15h. O problema é que chegamos às 20:20h e vimos todas as pessoas caminhando PARA a estação de trem enquanto íamos no contra-fluxo. Acontece. Com tanto para se ver e se fazer, ainda que o sistema de transporte público da cidade seja ótimo, se pode perder a noção do tempo.

A verdade é que conhecemos Hong Kong ao nosso próprio ritmo, sem as correrias de turistas. No domingo fomos a MongKok, o bairro dos eletrônicos de Hong Kong.

Hong Kong é uma cidade que sofre muito com a falta de espaço. Esse problema é tão grave que nos estacionamentos existem elevadores para carro. Em MongKok, um bairro lotado de pessoas e lojas, não é diferente. Embora muitas das lojas estejam na altura da calçada, o que surpreende são as que não estão. Explico…

Quando se sai do metrô, a pessoa se depara com a 25 de Março de Hong Kong: pessoas e cartazes por todos os lados e lojas de eletrônicos, das menores até aquelas que ocupam meia quadra, nos dois lados da rua. A solução é agarrar a bolsa e seguir em frente, com foco. Existem também prédios na região, em frente dos quais ficam algumas placas e/ou pessoas distribuindo folhetos de lojas de eletrônico, roupas e sapatos. Quando se entra no prédio, que parece um edifício residencial ou comercial comum, daqueles que se esperam encontrar escritórios de advogados, contadores e médicos, a pessoa se depara com lojas em todos os andares, lugares que vendem de eletrônicos a lentes de contato coloridas.

Acho que saímos pela EXIT E2 (não tenho certeza) e caminhamos um pouco. Lembramos que os donos do guest house que ficamos (uma espécie de B&B sem o segundo “B”, quer dizer, sem breakfast) nos disseram para entrar no primeiro prédio à esquerda. Entramos. Subimos três andares de escadas rolantes, mas só víamos restaurantes e as escadas terminavam no terceiro andar. Mas existiam os elevadores…

Entramos em um, só para ver, e subimos até o 9º andar. Que surpresa não tivemos quando as portas do elevador se abriram e demos de cara com uma loja enorme de eletrônicos? Como minha amiga precisava de uma câmera nova, perguntamos o preço. Ofereceram a ela uma Canon com 18x de zoom óptico por pouco mais de HKD 2,500.00. De adicionais, vinham o tripé, o case para a câmera, um cartão de memória de 16Gb e a alça longa para se colocar ao redor do pescoço. Como estava vendo coisas para mim também, perguntei o preço do case da câmera e me deram um de presente também! Show de bola!

De lá, fomos ao Soho de Hong Kong. O Soho fica na estação Central, próxima às lojas. Caminhamos uns cinco ou dez minutos para chegar às escadas rolantes que nos levaram ao Soho.

O Soho é um bairro encantador de Hong Kong, cheio de bares e restaurantes, em particular em uma das ruas (a que tem as escadas rolantes). Existem restaurantes de todos os tipos, mas escolhemos jantar em uma pizzaria chamada Motorino e, sem dúvida, foi a escolha certa: uma das melhores pizzas que comi na Ásia. De fato, nem precisava fechar os olhos para me sentir em algum país do ocidente, com uma pizza maravilhosa, com uma companhia agradabilíssima.

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Entendo porque a vida não me mandou para Hong Kong quando pedi: se tivesse ido, é provável que não quisesse sair de lá por muitos anos. Afinal, Hong Kong é um pedaço do ocidente na Ásia, um lugar que provavelmente me sentiria em casa de uma forma bastante tranqüila. Embora existam shopping centers, a cidade não é lotada deles, como seriam o caso de Singapura, Manila e outras cidades asiáticas que competem pelo maior shopping mall da Ásia ou do mundo.

Sim, os chineses são secos e nem todos são legais e educados como os donos do hotel onde ficamos. Mas isso é cultura, isso são pessoas… E, quando se vive em outro país, são conflitos que acontecem.

Agora, a esperar a minha próxima visita a essa cidade das luzes brilhantes, das luzes que cegam, que se chama Hong Kong. Um pedaço do ocidente no oriente que conquistou meu coração.

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King’s Guest House: Localizado em Kowloon, na estação de Cheung Sha Wan (linha vermelha), não ficava muito próximo ao centro. No entanto, como já comentei, o transporte público de Hong Kong é excelente (embora o metrô feche da meia-noite às 6h da manhã) e se pode chegar ao centro (Tsim Sha Tsui) em apenas 10 minutos (ou menos), em metrô.

Os quartos são modernos e limpos. Eu, particularmente, estou apaixonada pelo chuveiro do quarto que estivemos. Embora não tenha café da manhã e se tenha que entrar no hotel pelo estacionamento (ponto negativo), os donos do hotel eram super simpáticos e sempre prontos para ajudarem. Todas as vezes que tínhamos que ir ao metrô, nos levavam de carro, embora a estação ficasse a 10 minutos caminhando. Sempre simpáticos e solícitos, recomendo.

Motorino: a pizzaria, localizada no 14 Shelley Street, Soho, Hong Kong, é uma ótima escolha. Os preços das pizzas variam de HKD 98,00 a HKD 158,00, mas duas pessoas conseguem dividir uma pizza, se a fome não for muita. A salada de beterrabas também estava bem gostosa.

Hutong: desta vez, não fui a este restaurante. Localizado no 28º andar do One Peking Road, em Tsim Sha Tsui, na ilha de Kowloon, o restaurante tem uma vista impressionante da ilha de Hong Kong. Quando fomos, em 2011, para se sentar em uma mesa à janela, a reserva tinha que ser feita com dois meses de antecedência. Com uma decoração maravilhosa e uma vista impressionante, vale a pena visitá-lo se você tem algum dinheiro sobrando, porque o restaurante não é barato.

Muitos bares e restaurantes de Hong Kong e Kowloon estão localizados em algum dos seus arranha-céus. A vista desses lugares, em geral, é de se tirar o fôlego e recomendaria a qualquer pessoa que visitasse essa cidade a tentar ir a um desses lugares.

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